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Uma câmara para gravar ininterruptamente a pescaria faz uma falta danada. Aquele bitelão que escapou na beira da praia, aquele "batidão" que cortou a linha, ou na pesca com caiaque aquela sucuri que botou o amigo para correr ou aquele "caldo" tomado após um descuido no equilíbrio, se gravados em vídeos ficam sensacionais e para a posteridade.
O problema é que uma GO PRO, a melhor câmera de esportes de todas, completinha, sai por mais de US$ 500 e é incapaz de gravar as quatro, até cinco horas, de uma pescaria se você não tiver diversas baterias e cartões extras. Definitivamente não tenho como investir um valor desses e se a perco a câmera, ficaria uns dois dias sem dormir.
Mas como não queria deixar de ter uma câmara com as especificaões acima, parti para "fabricar" a minha: Com uma câmera de US$ 17.90, um SD card de R$16,00 o qual eu já possuía e usando a bateria do sonar do próprio caiaque montei um sistema que grava até 4h30min de vídeo com resolução de 720x480 em um único cartão de 16 GB, divididos em arquivos de 4 GB, com ativação por som ou de forma contínua.
Para a pesca de praia, quando não terei a energia da bateria do caiaque, montei uma caixinha de EVA e coloquei uma bateria de 12 Vcc de 1,2 Ah (mil e duzentos mileamper hora),junto com o carregador de celular e o resistor da lista abaixo.
Para a pesca de praia, quando não terei a energia da bateria do caiaque, montei uma caixinha de EVA e coloquei uma bateria de 12 Vcc de 1,2 Ah (mil e duzentos mileamper hora),junto com o carregador de celular e o resistor da lista abaixo.
Mas o primeiro fato notável capturado pela sisteminha de gravação contínua, infelizmente, não foi um peixe e sim uma escorregada em uma pedra no meio do Rio Pojuca enquanto eu pescava de caiaque. Uma "vídeo cacetada", termo utilizado por um chatíssimo (em minha percepção, respeito quem goste) programa de televisão.
Essa foi minha primeira edição de vídeo com o Sony Vegas, software indicado pelo Juca, e ficou "bem barbeira", mas até consegui fazer um "crop" no maldito "time stamp" (carimbo de tempo) da câmara. Para ter uma idéia, deixei parte do vídeo com o "time stamp."
Corri para fazer este post, pois fiquei muito preocupado e "P" da vida ao ver um anúncio no Mercado Livre onde a mesma câmara que comprei por menos de US$ 18.00 está sendo vendida por R$ 209,00 e os caras já tinham vendido 75 unidades dela a compradores incautos e pensei: se tem algum pescador de praia ou pescaiaqueiro dentre esses 75, a culpa é minha por não ter publicado logo este post.
Como todo pescador de praia e caiaqueiro é muito inventivo, a lista de material corresponde ao o que eu usei, mas é claro que pode ser substituído por outros equivalentes. Tenho certeza que quem fizer o sisteminha, agregará valor e certamente o fará bem melhor.
Se você é pescador de praia, a camerazinha e a caixinha com a bateria ficarão fincados no tubo de alumínio (como se fosse uma espera, ao lado de suas varas lançadas). Se você for pescaiaqueiro, a lista de material a seguir considera que você tem no seu caiaque uma caixa dessas de transportar verduras, presa no bagageiro traseiro do caiaque e totalmente apoiada ao piso.
A lista:
- Tubo de alumínio com 1,00 m de comprimento e com diâmetro de 32 mm e com o squédule (espessura da parede do tubo) menor possível.
- Tubo de PVC tipo esgoto com comprimento de 30 cm e diâmetro de 40mm.(apenas para pesca de caiaque)
- Placade EVA com 10 mm de espessura e tamanho não inferior a 30x30 cm.
- Tira de EVA de 1 mm de espessura e com cerca de 15x 25 cm, para fazer a bucha entre o tubo de alumínio e o de PVC, de forma que ele não gire. (apenas para pesca de caiaque)
- Dois ou três metros de fio paralelo de 0,75mm2
- Um carregador de celular a partir do isqueiro do carro.
- Um resistor de 8,15 OHM
- Um par de conectores (macho e fêmea) desses usados em notebook, ou qualquer conector equivalente. É importante que este conector, caso fique na mesma posição do meu, não deixe entrar água de chuva ou espirrada pelo remo. Você também pode ligar um cabo direto para o carregador de celular.
- Um cartão MINI SD de 16 GB, no máximo. Se for menor, considere que em cada 1 GB cabem 16 minutos de vídeo. Prefira os do tipo waterproof (a prova dágua) pois custam o mesmo preço e caso seu caiaque vire, fica o arquivo para contar a história.
- Uma câmera MINI DV D005, é claro.
Esse material todo, já aplicado em um caiaque, pode ser visto aqui neste filminho.
E nas fotos:
Gabinete da Câmera
Eis os detalhes da "casinha de passarinho" onde fica alojada a câmera. Ela é constituída basicamente de duas chapas de EVA, uma de 9x15 cm e outra de 9x5,5 cm, mais um telhadinho e a parte inferior. A "golinha" foi feita com uma tirinha de 1x1 cm com 5,5 cm de comprimento. Não entrarei em detalhes pois sei que a imaginação de cada um equacionará as dúvidas que surgirem. A casinha resiste muito bem a chuvas intensas (já testada) mas não é à prova dágua. Caso você vire (fique de ponta-cabeça) o caiaque em água salgada, pode perder a camerazinha apesar de termos relatos na internet de que "lavou, tá novo".
Logo nas primeiras remadas com caiaque estava envolvendo a câmera com plástico e "durex" (fita adesiva) transparentes, mas como tenho apenas um "caldo" no currículo, não mais me preocupei. Como também na maioria dos "caldos", o caiaque não emborca (não fica de ponta-cabeça), então relaxei.
Na pesca de praia, tomando cuidado com as ondas para que não derrube a câmera, não teremos problemas.
A parte eletrônica.
Esta é a principal modificação. Quando descobri que a bateria mal dava para gravar uma hora de vídeo tentei adquir a bateria, mas custa US$ 10.00 mais frete, ou seja, praticamente o preço de uma câmera. Comprei então um carregador de celular na Feira de Itapuã com o mesmo conector MINI USB da câmera por R$ 8,00, mas ao alimentá-lo a partir da instalação do sonar, ao conectar o carregador na câmera, a câmera "entende" que está licada a um PC e pára a gravação e passa a enviar o vídeo ao suposto PC.
A solução então foi alimentar a câmera depois do conector USB. Para fazer isso pedi a ajuda do colega Ricardo, esse cara da foto abaixo, apaixonadíssimo por eletrônica e automação e que providenciou a excelente solução das fotos abaixo. Como a saída do carregador de celular é de 5 Vcc e a câmera funciona com 3,6 Vcc, ele colocou na saida do carregador de celular um resistor de menos de R$ 1,00 (veja lista acima). Resolvido o problema.
Você também pode alimentar a câmera com qualquer bateria de 3,6 Vcc, dispensando o carregador de celular e o resistor, considerando que cada 300 mPh (trezentos mileamper hora) alimenta a câmera por uma hora em dia de sol forte. As possibilidades são inúmeras e você pode até usar um painel solar. A seguir estão as sugestões.
http://www.dealextreme.com/p/trustfire-protected-18650-lithium-battery-2400mah-2-pack-gray-5776?item=38http://www.dealextreme.com/p/solar-powered-2000mah-rechargeable-portable-emergency-power-with-phone-adapters-led-light-42139?item=40 (neste tem que usar o resistor)
http://www.dealextreme.com/p/1700mah-external-mobile-emergency-power-charger-with-4-in-1-adapters-cable-2-led-white-light-121619 (tem que usar o resistor. Lembrar que não filma quando conectado no plug MINI USB da Câmera)
A Câmera e Como Usá-la
A MINI DV D005 é conhecida mundialmente por seu baixo preço, pequeno tamanho e alta capacidade de gravação. Seu uso é muito popular em robótica e aeromodelos, para a gravação de vôos de helicópteros, aviões e foguetes.
Seu uso popularizou-se tanto na Europa que passou a ser conhecida como "shit camera" (câmera de merda) já que a falta de um visor e o uso não muito fácil faz com que muitos desistam dela logo após a compra . Uma pesquisa no YouTube com o argumento "MINI DV D005" vai lhe gerar bastante respostas, tal é a popularidade da camerazinha no mundo.
Se uso inicial é meio complicado, pois a interface homem/máquina é composta de apenas dois leds, um vermelho e outro azul e alguns botões. Na câmara existem três botões, a saber: um do tipo deslizante (on/off) e dois de apertar, um chamado de "M" e o outro comum com um círculo e um quadrado (O/[]) que chamaremos de "SNAP".
Ao passar o botão deslizante para a posição "ON" você apenas coloca a câmera em "stand-by".
Se você apertar o botão "M" apenas uma vez, você aciona o modo de gravação de vídeo com ativação por som e nesse momento o led vermelho fica aceso. Se você falar ao microfone ou der uma batidinha na câmera ela inicia a gravação e o led azul começa a piscar.Já tentei usar esse modo e em testes ele não gravou mais que 1 GB em arquivos diversos. Espero que agora compartilhando alguém descubra como gravar acima de 1 GB sem ter que iniciar a câmera manualmente.
Se você em modo de gravação voltar a apertar o botão "M" por mais de 5 segundos, a câmara desliga e fica em modo "stand-by".
Em modo de "stand-by", se você apertar o botão "M" duas vezes e em seguida o botão SNAP, a câmera inicia o modo de gravação contínua com o led azul piscando . Neste modo ela irá gravar contínuamente até criar um arquivo de 4 GB o que dá cerca de uma hora e dez minutos de vídeo. Ao fim deste tempo, a câmera desliga e você tem que ligá-la novamente e repetir a operação para ela gravar mais uma hora e pouco de vídeo. Em um cartão Micro SD de 16 GB, o máximo que ela aceita, você terá mais de quatro horas de vídeo. Atenção, ao acionar o botão "M" duas vezes, dê um espaçamentode de três segundos entre os acionamentos (aperte "M", conte "um mil e um, um mil e dois, um mil e três" e aperte "M" pela segunda vez.
Espero que agora compartilhando o que aprendi alguém vá além e descubra não só o modo como gravar acima de 4 GB sem ter que iniciar a câmera manualmente, mas como também várias outras funções não documentadas.
Para ver os vídeos gravados, plugue o cabo USB em um PC a câmera será reconhecida como um disco virtual.
A atualização da data e hora é uma novela. É feita através de um arquivo chamado TAG.TXT (vem no CD da Câmera) em que você acerta a hora e coloca no diretório principal do cartão SD. Ao ligar o botão on/off a data e a hora ficam ativa mas se você sair do modo de "STAND-BY" (passando o botão para off) ela volta para a data e hora padrões.
Aprimoramento
A câmerazinha é limitada quanto ao ângulo de visão, apenas 70 graus. Esta limitação faz com que na pesca de praia tenhamos que colocar a câmara um pouco mais distante e no caiaque, quando você "pincha" de lado, fique fora da área de filmagem da câmara.
Mas esse problema pode ser facilmente resolvido com US$ 9.50, colocando na câmera uma lente WIDE, também chamada de "fish eye" (olho de peixe). Ela modifica a visão da câmera para 180 graus resolvendo o problema a baixo custo.
Veja o exemplo aqui neste vídeo, gravado com uma câmera igual, onde o cara testa algumas lentes de180 graus, inclusive uma lente de plástico que custa US$ 2.00, mas distorce muito a imagem:
Já realizei a compra e agora é aguardar os dois meses para chegar.
Aprimoramento
A câmerazinha é limitada quanto ao ângulo de visão, apenas 70 graus. Esta limitação faz com que na pesca de praia tenhamos que colocar a câmara um pouco mais distante e no caiaque, quando você "pincha" de lado, fique fora da área de filmagem da câmara.
Mas esse problema pode ser facilmente resolvido com US$ 9.50, colocando na câmera uma lente WIDE, também chamada de "fish eye" (olho de peixe). Ela modifica a visão da câmera para 180 graus resolvendo o problema a baixo custo.
Veja o exemplo aqui neste vídeo, gravado com uma câmera igual, onde o cara testa algumas lentes de180 graus, inclusive uma lente de plástico que custa US$ 2.00, mas distorce muito a imagem:
Já realizei a compra e agora é aguardar os dois meses para chegar.
Enjoy
Post publicado também no fórum www.caiaquebrasil.net
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